sábado, 16 de julho de 2011

OLHOU-ME DE CIMA A BAIXO

OLHOU-ME DE CIMA A BAIXO

Desfez muito de mim
Com ego acima das nuvens
Achava-se um Serafim
Mas era apenas volúvel.

Com desprezo me olhou
Eu bem que percebi
Isso jamais me desanimou
Muito, muito resisti.

Olhou-me de cima a baixo
Fiquei até desconcertado
Causou-me grande mormaço
Não revidei sou educado.

Um olhar eleva e abate
Depende de como for dirigido
Se carinhoso alguém me fala - mate,
Se horroroso também me diz - que horrível.

Olhou-me da cabeça ao dedão
Examinou-me com cuidado
Chamou-me muito a atenção
Fiquei logo aviltado.

Olhou me desprezando
Com ar de pouco caso
Mas terminou me amando
Estou realizado...

Antonio Cícero da Silva(Águia)
*Do livro: Nós Somos Poesia,2005,CBJE,Rio de Janeiro/Brasil

Capa do livro.

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